sábado, fevereiro 24, 2007

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poesia


"Orgasmo"

Sexo
adorável
palavra
Ato
delicioso
incansável
Corpo
curvas derrapantes
maravilhoso
Você
estou condenada
você é a culpada
De desejos ardentes
Noite gelada
Inverno na madrugada
Parece verão
Corpo febril
Culpa da paixão
Seu rosto infantil
Sorrindo
Não pare...
Estou quase atingindo.

(Liz Christine)

sardet

André Sardet, em Viseu, no Pavilhão Multiusos.
Casa cheia.
Pessoalmente não gosto do gajo nem do que canta, mas parece que deliciou muita gente e até houve alguns problemas porque os lugares sentados acabaram cedo demais.
Assinou autógrafos no final e tratou muito bem as suas fãs.
Falou das crianças maltratadas e até dedicou uma canção a uma que faleceu por negligência num hospital.
Falei um bocadinho com ele e pareceu-me bom tipo. Despedimo-nos com um aperto de mão.
O espectáculo teve a chancela da edilidade viseense.




A Claudia Sofia a entrevistar o artista, no final do espectáculo, e já depois da sessão de autógrafos.



Algumas das fãs de André Sardet, mas estas bem especiais: seguem o seu ídolo por toda a parte. Não sei se é só uma brincadeira ou se isto é alguma espécie de doença. O que sei é que o André conhece-as, reconhece-as e fala-lhes sempre com muito carinho.

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quinta-feira, fevereiro 22, 2007

o único defeito


Se uma memória restou das festinhas e reuniões de familiares da minha infância, foi a divisão sexual entre os convivas: mulheres de um lado homens do outro.

Não sei se hoje isso ainda acontece. Sou anti-social ao ponto de não frequentar qualquer evento com mais de 4 pessoas, o que não me credencia a emitir juízos.

Mas era assim que a coisa acontecia naqueles tempos. Tive uma infância feliz: sempre fui considerado esquisito, estranho e solitário, o que me permitia ficar quieto a observar a paisagem.

Bem, depressa verifiquei que o apartheid sexual ia muito além das diferenças anatómicas.

A fronteira era determinada pelos pontos de vista, atitude e prioridades.

Explico: no lado masculino imperava o embate das comparações e disputas.

"O meu carro é mais potente, a minha televisão é mais moderna, o meu salário é maior, a vista do meu apartamento é melhor, a minha equipe de futebol é mais forte, eu dou 3 por noite" e outras cascatas típicas da macheza latina.

Já no lado oposto, respirava-se outro ar. As opiniões eram quase sempre ligadas ao sentir. Falava-se de sentimentos, frustrações e recalques com uma falta de cerimónia que me deliciava.

Os maridos preferiam classificar aquele ti-ti-ti como mexerico.

Discordo.

Destas reminiscências infantis veio a minha total e irrestrita paixão pelas mulheres.

Constatem, é fácil.

Enquanto o homem vem ao mundo completamente cru, as mulheres já chegam com quase metade da lição estudada.

Qualquer menina de 2 ou 3 anos já tem preocupações de ordem prática. Ela brinca às casinhas e aprende a pôr um pouco de ordem nas coisas. Ela pede uma bonequinha a quem chama filha e da qual cuida, instintivamente, como qualquer mãe veterana. Ela fala em namoro mesmo sem ter uma ideia muito clara do que vem a ser isso.

Noutras palavras, ela já nasce a saber. E o que não sabe, intui.

Já com os homens a historia é outra.

Você já viu um menino dessa idade a brincar aos directores? Já ouviu falar de algum garoto fingindo ir ao banco pagar as contas? Já presenciou um bando de meninos fingindo estar preocupados com a entrega da declaração do IRS? Não, nunca viram e nem hão-de ver. Porque o homem nasce, vive e morre uma existência infanto juvenil. O que varia ao longo da vida é o preço dos brinquedos.

Aí reside a maior diferença.

O que para as meninas é treino para a vida, para os meninos é fantasia e competição.

Então a fuga acompanha-os o resto da vida, e não percebem quanto tempo perdem com os seus medos.

Falo sem o menor pudor. Sou assim.

Em relação ao relacionamento homem/mulher, sempre me considerei um privilegiado. Sempre consegui ver a beleza física feminina mesmo onde, segundo os critérios estéticos vigentes, ela inexistia.

Porque todas as mulheres são lindas. Se não no todo, pelo menos em algum detalhe. É só saber olhar. Todas têm a sua graça.

E embora contaminado pela irreversível herança genética que me faz idolatrar os ícones da futilidade, sempre me apaixonei perdidamente por todas as incautas que se aproximaram de mim. Incautas não por serem ingénuas, mas por acreditarem.

Porque todas as mulheres acreditam firmemente na possibilidade do homem ideal.

E esse é o seu único defeito.

(Texto de Sérgio Gonçalves,
redactor da Loducca,
publicado no jornal da Agência)

astrologia para homens


Para os verdadeiros amantes da astrologia, fui descobrir o que todos nós, homens, nativos dos signos do Zodíaco, dizem (se não dizem, pensam-no!...) depois do sexo.

Deliciem-se ou continuem a odiar-me!...


Áries: "É pah! porreiro! vamos lá de novo!"

Touro: "Estou com uma fome! - tens o telefone da pizzaria?"

Gémeos: "Onde é que puseste o controlo da TV?"

Cancer: "Quando é que nos vamos casar?"

Leão: "Não foi incrivelmente fantástico? Eu sou mesmo bom!..."

Virgem: "Preciso de lavar os lençois, antes que alguém dê conta!..."

Libra: "Eu gostei... mas só se você também gostou."

Escorpião: "Acho que agora já posso tirar-te as algemas e desamarrar-te... mas não vás para muito longe, que eu não gosto disso, ok?"

Sagitário: "Não me ligues, tá? Eu depois ligo-te... prometo!..."

Capricórnio: "Tens um cartão de visita que me dês?"

Aquário: "Agora vamos experimentar sem roupas e, depois, talvez numa cama...! É que o pessoal da discoteca está todo a olhar para nós e eu nem dei conta disso!...

Peixes: "Como é que disseste que te chamavas?"

Que mulher nunca teve
Um sutien meio furado,
Um primo meio tarado,
Ou um amigo meio veado (*)?

Que mulher nunca tomou
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan para dormir?

Que mulher nunca sonhou
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou
Em dar fim numa panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou
Para ter a perna depilada,
Para aturar uma empregada
Ou para trabalhar menstruada?

Que mulher nunca acordou
Com um desconhecido ao lado,
Com o cabelo desgrenhado
Ou com o travesseiro babado?

Que mulher nunca comeu
Uma caixa de Bis (**), por ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade
Ou, um canalha (***) por saudade?

Que mulher nunca apertou:
O pé no sapato para caber,
A barriga para emagrecer
Ou um ursinho para não enlouquecer?

Que mulher nunca jurou
Que não estava ao telefone,
Que não pensa em silicone
Ou que "dele" não lembra nem o nome?

(*)
- Como isto é brasileiro, vejo-me obrigado a explicar que "veado" significa "paneleiro"; isto é: aqueles gajos que... vcs sabem: "é pó bujáo é pó bujão e mai nada"!...

(**)
- "Bis", aqui, não tem nada a ver com gajas!... não são as bissexuais nem nada - que dessas eu até gosto muito!... Penso, em definitivo, que é apenas uma referência a "biscoitos", assim, tipo coisas docinhas e que engordam!...

(***)
- "Canalha" nem é preciso explicar: é (são...) assim gajos como eu e mai nada!...


Sucessões de PS:
Vivemos, presentemente, uma época em que, quando se pensa que o homem 'tá "dando sopa", na realidade ele é apenas um gajo que decidiu distribuir comida pelos/as pobres.

Mais:
... pior do que nunca achar o homem certo é a incapacidade das mulheres em dormirem com o gajo errado...


Em tempo:
...mais vale um fdp feio de mão-dada com uma gaja, do que dois gajos lindos a beijarem-se.

Imperdível:
Se de facto todos os homens fossem iguais - como as gajas gostam de dizer! - porque raio é que elas passam a vida a escolher?!...

E agora... a verdade:
Antes que alguma mulher pense que isto é obra do "demo" (sexo oposto! nós! gajos!...), convém dizer que tudo o que atrás fica foi extraido do livro "TAPA DE HUMOR NAO DÓI", da autoria de um grupo formado por cinco mulheres.

Agora só cá entre nós:
Qual "Príncipe Encantado", qual quê...!
O ideal, acreditem, é Lobo-Mau!!...
Eu explico porquê:
Ouve-te melhor...
Vê-te melhor...
E ainda te transforma em "snack"...!
(nhack... nhack... crunch... crunch... shlep... shlep...)

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

empirismos



O João estava a aparar a relva do jardim quando repara num novo vizinho a mudar-se para a casa do lado. Curioso acerca-se dele e após apresentações da praxe, Miguel, o novo vizinho, diz-lhe que é Professor de Dedução Empirica.

João: Dedução Empírica?! Que é isso?!

Miguel: Bem, deixe-me dar-lhe um exemplo... estou a ver que tem uma casinha para cães. Deduzo que tenha um cão. Se tem um cão é provável que tenha filhos. Se tem filhos é mais que normal que tenha uma esposa. Se tem esposa sou forçado a deduzir que é heterossexual.

João: Isso é mesmo muito fixe!...

Separam-se e João vai conversar com o outro vizinho, o Zé, que também tinha reparado na mudança para a casa ao lado.

Zé: Novo vizinho hein?!... Que faz ele?

João: É Professor de Dedução Empírica.

Zé: Dedução Empírica?! Que raio é isso?!

João: Olha pá, deixa dar-te um exemplo... Tu, por acaso, tens algum cão?

Zé: Não pá! sabes bem que não tenho cão nenhum!...

João: Fds* pá!... Nesse caso tenho de te dizer que és um grande paneleiro...

faça como eu


Quando tiver um dia, daqueles em que só apetece gritar "Odeio o meu trabalho!", experimente seguir o meu conselho, que é, aliàs, o que faço não raras vezes:

A caminho de casa, pare numa farmácia, e compre um termómetro rectalda "Johnson&Johnson". Assegure-se que é desta marca e não de outra qualquer.

Ao chegar a casa feche todas as portas, corra os cortinados e desligue o telefone, de forma a não ser incomodado durante a sua terapia. Mude para uma roupa confortável, por exemplo um fato-de-treino, e deite-se na cama. Abra a embalagem, retire o termómetro, e coloque-o cuidadosamente na mesinha-de-cabeceira, evitando que fique estalado ou partido. Retire o prospecto que vem com o termómetro, e leia-o com atenção.

Verá então que, em letras pequenas, está escrito:

- "Os termómetros rectais fabricados pela Johnson&Johnson são todos testados pessoalmente".

Agora feche os seus olhos e repita, em voz alta, cinco vezes:

- "Estou muito feliz, porque não trabalho no controle de qualidade da Johnson&Johnson".

Tenha um bom dia e lembre-se: há sempre alguém com um emprego pior do que o seu!!!

(re)visitar florbela espanca


"Escreve-me"

Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!

Escreve-me! Há tanto, há tanto tempo
Que não te vejo, amor! Meu coração
Morreu já e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!

"AMO-TE" Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!

Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...

(Florbela Espanca)

lobo mau

(…)

Ao passar pela floresta encontrou o lobo (que estava resolvido a comê-la, mas não se atreveu por causa dos lenhadores que andavam a cortar árvores), que lhe perguntou onde ia. A menina, que não sabia como era perigoso parar no caminho para falar com um lobo, respondeu:

— Vou visitar a minha avó e levar-lhe um bolo e um boiãozinho de manteiga que manda a minha mãe
.
— E ela mora longe? — perguntou o lobo.

— Ah!, mora — respondeu o Capuchinho Vermelho. — Fica para além daquele moinho que se avista lá muito adiante; na primeira casa da aldeia.

(...) O Lobo Mau atirou-se à avó e já se preparava para a comer num abrir e fechar de olhos...

(...) ... meteu-se na cama à espera do Capuchinho Vermelho, que dali a pouco veio bater à porta.

(...)


Moral da história: Mas isto são lá histórias para contar às criancinhas?!


Ontem à noite fui beber uns copos e imaginem quem encontrei...? Pois... Encontrei mesmo o Capuchinho Vermelho, sentado em cima do balcão...! E então, armado em predador, eu disse cá para os meus botões, ah e tal, ainda bem que eu sempre acreditei em histórias da carochinha... e ri-me hi hi hi com pena de não ir mascarado de Lobo Mau, embora sabendo que os lobos velhos (assim como eu) perdem o pelo mas não perdem a manha.


Felizmente para mim que não existem mulheres feias. Eu é que às vezes estou sóbrio!...

Ah! já me estava a esquecer: o Capuchinho Vermelho chama-se Sandra. É de Viseu e tem a voz de um rouxinol.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

platónico


Ao fazer as suas contas, a noiva percebe que no dia do seu casamento vai ficar menstruada.

Desesperada, sem saber como contornar a situação, e sem coragem para dizer isso ao noivo, pede à mãe para tentar adiar a data da cerimónia.

- Impossível, dona Teresinha - diz o noivo, ao saber da notícia. Já está tudo arranjado, igreja, padre, festa... Mas, que ideia mais maluca!...

- Sabe o que é... - hesitou a mãe da moça. É que a Joaninha vai estar menstruada durante a Lua-de-Mel...

- Ora... e então só por causa disso?! Pois diga à Joaninha que ela pode ficar tranquila: o amor que eu sinto por ela é platónico.

Assim que a mãe desliga o telefone, vira-se para a filha:

- Ele quer casar contigo na data marcada... mandou dizer que o que sente por ti é amor platónico.

- Amor platónico? E que raio é isso?

- Eu também não sei, minha filha!... Mas olha, em todo caso acho melhor você lavar bem o cú e comprar um tubo bem grande de vaselina!

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

(re)visitar poe




O CORVO

(de Edgar Allan Poe)


Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste,
Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais,
E já quase adormecia, ouvi o que parecia
O som de alguém que batia levemente a meus umbrais.
"Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais.
É só isto, e nada mais."

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro,
E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais.
Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada
P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais
-Essa cujo nome sabem as hostes celestiais
Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo
Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais!
Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo,
"É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais;
Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.
É só isto, e nada mais".

E, mais forte num instante, já nem tardo ou hesitante,
"Senhor", eu disse, "ou senhora, decerto me desculpais;
Mas eu ia adormecendo, quando viestes batendo,
Tão levemente batendo, batendo por meus umbrais,
Que mal ouvi..." E abri largos, franqueando-os, meus umbrais.
Noite, noite e nada mais.

A treva enorme fitando, fiquei perdido receando,
Dúbio e tais sonhos sonhando que os ninguém sonhou iguais.
Mas a noite era infinita, a paz profunda e maldita,
E a única palavra dita foi um nome cheio de ais -
Eu o disse, o nome dela, e o eco disse aos meus ais.
Isso só e nada mais.

Para dentro então volvendo, toda a alma em mim ardendo,
Não tardou que ouvisse novo som batendo mais e mais.
"Por certo", disse eu, "aquela bulha é na minha janela.
Vamos ver o que está nela, e o que são estes sinais."
Meu coração se distraía pesquisando estes sinais.
"É o vento, e nada mais."

Abri então a vidraça, e eis que, com muita negaça,
Entrou grave e nobre um corvo dos bons tempos ancestrais.
Não fez nenhum cumprimento, não parou nem um momento,
Mas com ar solene e lento pousou sobre os meus umbrais,
Num alvo busto de Atena que há por sobre meus umbrais,
Foi, pousou, e nada mais.

E esta ave estranha e escura fez sorrir minha amargura
Com o solene decoro de seus ares rituais.
"Tens o aspecto tosquiado", disse eu, "mas de nobre e ousado,
Ó velho corvo emigrado lá das trevas infernais!
Dize-me qual o teu nome lá nas trevas infernais."
Disse o corvo, "Nunca mais".

Pasmei de ouvir este raro pássaro falar tão claro,
Inda que pouco sentido tivessem palavras tais.
Mas deve ser concedido que ninguém terá havido
Que uma ave tenha tido pousada nos meus umbrais,
Ave ou bicho sobre o busto que há por sobre seus umbrais,
Com o nome "Nunca mais".

Mas o corvo, sobre o busto, nada mais dissera, augusto,
Que essa frase, qual se nela a alma lhe ficasse em ais.
Nem mais voz nem movimento fez, e eu, em meu pensamento
Perdido, murmurei lento, "Amigo, sonhos - mortais
Todos - todos já se foram. Amanhã também te vais".
Disse o corvo, "Nunca mais".

A alma súbito movida por frase tão bem cabida,
"Por certo", disse eu, "são estas vozes usuais,
Aprendeu-as de algum dono, que a desgraça e o abandono
Seguiram até que o entono da alma se quebrou em ais,
E o bordão de desesp'rança de seu canto cheio de ais
Era este "Nunca mais".

Mas, fazendo ‘inda a ave escura sorrir a minha amargura,
Sentei-me defronte dela, do alvo busto e meus umbrais;
E, enterrado na cadeira, pensei de muita maneira
Que qu'ria esta ave agoureia dos maus tempos ancestrais,
Esta ave negra e agoureira dos maus tempos ancestrais,
Com aquele "Nunca mais".

Comigo isto discorrendo, mas nem sílaba dizendo
À ave que na minha alma cravava os olhos fatais,
Isto e mais ia cismando, a cabeça reclinando
No veludo onde a luz punha vagas sobras desiguais,
Naquele veludo onde ela, entre as sobras desiguais,
Reclinar-se-á nunca mais!

Fez-se então o ar mais denso, como cheio dum incenso
Que anjos dessem, cujos leves passos soam musicais.
"Maldito!", a mim disse, "deu-te Deus, por anjos concedeu-te
O esquecimento; valeu-te. Toma-o, esquece, com teus ais,
O nome da que não esqueces, e que faz esses teus ais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Profeta", disse eu, "profeta - ou demónio ou ave preta!
Pelo Deus ante quem ambos somos fracos e mortais.
Dize a esta alma entristecida se no Éden de outra vida
Verá essa hoje perdida entre hostes celestiais,
Essa cujo nome sabem as hostes celestiais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

"Que esse grito nos aparte, ave ou diabo!", eu disse. "Parte!
Torna à noite e à tempestade! Torna às trevas infernais!
Não deixes pena que ateste a mentira que disseste!
Minha solidão me reste! Tira-te de meus umbrais!
Tira o vulto de meu peito e a sombra de meus umbrais!"
Disse o corvo, "Nunca mais".

E o corvo, na noite infinda, está ainda, está ainda
No alvo busto de Atena que há por sobre os meus umbrais.
Seu olhar tem a medonha cor de um demónio que sonha,
E a luz lança-lhe a tristonha sombra no chão há mais e mais,
Libertar-se-á... nunca mais!

livre arbítrio


AMAR: VERBO INTRANSITIVO

(Carlos Drummond de Andrade)


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo : é o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio.

sábado, fevereiro 17, 2007

ritinha


Esta é a Rita.

Adora fotografias e quer ser modelo.

Eu acho que ela está um bocadinho gordita, mas como agora andam para aí com as tangas da bulimia e da anorexia, já nem me atrevo a abrir a boca.

Por mim, amanhã já estava na capa da "Hustler" ou até no elenco da "Floribela" (isto para já não falar do programa do Júlio Izidro, coitado, que é meu amigo!...).

Mas pronto! Vamos ver o que se pode fazer pela miúda!... Para já, para já, fica aqui no meu blog. Depois se há-de ver...

PS: Tenham um bom fim-de-semana, portem-se bem e não se esqueçam de ir à missa.

PS (2): Ah! e não esqueçam Dante: "Lasciate ogni speranza voi che entrate" , que significa, à letra, "Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno ".

smocking or not (2)



Eu é mais chinês e grego, mas das poucas viagens que fiz ali a Ciudad Rodrigo e a Vilar Jollie, percebo que o maço de tabaco diz:

- "pois... tu também cheiras mal debaixo dos braços e eu estou caladinho".

Por acaso, para aqueles que como eu até vão beber uns copos ao NB e à Hangar, se algumas pitas que por lá abanam a penugem tomassem banho não se perdia nada!...

recursos humanos

O dono de um talho foi surpreendido pela entrada de um rafeiro dentro da loja. Ele enxotou-o mas o cão voltou logo de seguida. Novamente o talhante tentou espantá-lo mas reparou que o cão trazia um bilhete na boca. Pegou no bilhete e leu-o:

- Pode mandar-me 12 salsichas e uma perna de carneiro, por favor?

O cão trazia também o dinheiro na boca. Exactamente uma nota de 50 euros. Ele pegou no dinheiro, pôs as salsichas e a perna de carneiro num saco plástico, juntou o troco e colocou tudo na boca do cão.

O rafeiro abanou a cauda, satisfeito, e desceu a rua. Quando chegou ao cruzamento, pousou o saco no chão, ergueu-se nas patas traseiras e carregou no botão dos semáforos para o sinal ficar verde.

O talhante ficou realmente impressionado. Como já estava na hora, decidiu fechar a loja e seguir o cão, porque nem acreditava no que via...

O rafeiro atravessou a rua e caminhou até uma paragem de autocarro, sempre com o talhante a segui-lo. Depois, esperou pacientemente, com o saco na boca, que o sinal vermelho fechasse e pudesse atravessar. Na paragem, o cão olhou para o painel dos horários e sentou-se no banco, esperando o autocarro. Quando um autocarro chegou, o cão foi até à frente para conferir o número e voltou para o seu lugar. Não deveria ser o seu... Outro autocarro chegou e ele tornou a olhar... viu que aquele era o número certo e entrou.

O talhante, boquiaberto, seguiu o cão.

Mais adiante o cão levantou-se, ficou em pé nas duas patas traseiras e carregou no botão para mandar parar o autocarro, tudo isso com as compras ainda na boca.

O cão foi caminhando pela rua (sempre com o homem do talho atrás) e parou à porta de uma moradia. Aí, colocou as compras no passeio e, ganhando espaço, atirou-se com força contra a porta de entrada. Tornou a fazer o mesmo mas ninguém respondeu. Então contornou a casa, pulou um muro baixo, foi até à janela e começou a bater com o focinho no vidro várias vezes, ao mesmo tempo que gania muito alto. Caminhou de volta para a porta principal e, de repente, um tipo enorme, corpulento, abriu a porta. Olhou o bicho com ar de desprezo e desatou a espancá-lo sem dó nem piedade.

O talhante correu até ao homem e impediu-o dizendo:

- "Deus do Céu!... Você deve ser doido!... O que é que você está a fazer? O seu cão é um génio e você está-lhe a bater?!...

Com indiferença, o tipo retorquiu:

- "Um génio?!... Esta já é a segunda vez, esta semana, que este cão estúpido se esquece da chave de casa!!!

Moral da história: Bem... se tu precisas que te conte a moral da história, também deves ser daqueles génios em que todos os outros dão pontapés...

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

campaínha

Uma viúva rica e solitária decidiu que precisava de ter um homem na sua vida. Então, publicou um anúncio no jornal com o seguinte teor:
- Viúva rica procura homem para partilhar vida e fortuna. Os requisitos necessários são os seguintes:

1 - Não me bater
2 - Não fugir de mim
3 - Ser excelente na cama!!!

Durante meses a fio o telefone tocou incessantemente, a campainha lá de casa não parava um segundo e recebeu toneladas de cartas. Contudo, nenhum dos pretendentes se enquadrava nas qualificações exigidas. Porém, um dia, quando já tudo parecia tranquilo, a campainha tocou novamente. A viúva abriu a porta e deu de caras comigo. Sim comigo, que sou um gajo normal, mas não tenho braços nem pernas, devido a um acidente de automóvel que sofri... Portanto, ali estava eu deitado no tapete, quando a viúva abriu a porta e se mostrou perplexa:

- Quem é o senhor? O que quer daqui?

- Olá! Venho responder ao seu anúncio. Eu sou o homem dos seus sonhos.

- Ah sim? E porque acha que é?

- Ora, pense lá um bocadinho: não posso bater-lhe, porque não tenho braços e não posso fugir de si porque não tenho pernas...

- E o que o faz pensar que é assim tão bom na cama?

Eu então respondi:

- Toquei à campainha da porta não toquei?

consolo



De vez em quando gosto de colocar aqui fotografias, daquelas que, por este ou aquele motivo, têm uma história singular plasmada à própria imagem.

Algumas Leitoras deste blog, minhas conhecidas, já me têm telefonado a manifestar o seu desagrado. Curioso!... Fico sempre com a impressão de que as mulheres, algumas mulheres, não gostam do seu próprio corpo, não encontram paz com ele, e, portanto, sentem algum desconforto quando são confrontadas com a naturalidade de outros corpos como os seus. Sim, porque não existem corpos feios ou bonitos, quando os olhamos desprovidos de adereços...! Os corpos nús, assim despojados de artifícios, todos eles são corpos na sua naturalidade. São o que são e como são, cabendo a quem olha a aventura de descobrir a beleza encerrada em cada um deles.

...porque, como diz o poeta, "a beleza só está nos olhos de quem a vê" (Campoamor).

smocking or not


vida


No primeiro dia, Deus criou a vaca.

Deus disse-lhe:

- Tens de ir para o campo com o agricultor, durante todo o dia, e sofrer debaixo do Sol, e dar leite para sustentar o agricultor. Eu dar-te-ei uma vida de 60 anos.

A vaca retorquiu:

- É uma vida bué de dura a que tu queres que eu viva durante 60 anos. Dá-me somente 20 e eu devolvo-te os outros 40.

Deus concordou.

No segundo dia, Deus criou o cão. E disse-lhe:

- Senta-te todo o dia perto da porta da tua casa e ladra para qualquer pessoa que entre ou que passe por perto. Eu dar-te-ei 20 anos de vida.

O cão disse:

- Isso é muito tempo para estar a ladrar. Dá-me somente 10 e eu devolvo-te os outros 10.

Deus concordou.

No terceiro dia, Deus criou o macaco.

E disse-lhe:

- Distrai as pessoas, faz momices, faz truques de macaco e fá-los rir muito. Eu dar-te-ei 20 anos de vida.

O macaco retorquiu:

- Que cansativo!... truques de macaco durante 20 anos!? Acho que não. O cão devolveu-te 10 anos e é o que eu vou fazer também, ok?

Deus concordou.

No quarto dia, Deus criou o Homem.

E Deus disse-lhe:

- Come, dorme, brinca, faz sexo, diverte-te. Não faças nada, simplesmente diverte-te. Eu dar-te-ei 20 anos de vida".

O Homem retorquiu furioso:

- O quê!? Só 20 anos? Nem pensar! Vamos fazer o seguinte: eu fico com os 40 anos que a vaca devolveu, com os 10 do cão e os 10 do macaco. Isso faz 80. Pode ser?

- Ok!... seja como pedes, disse Deus. Negócio fechado.


Conclusão: Está explicado porque é que o Homem, durante os primeiros 20 anos, come, dorme, brinca, pratica sexo, diverte-se e não faz mais nada.

Os 40 anos seguintes, sofre ao Sol para sustentar a família.


Os 10 anos seguintes faz figura de macaco para entreter os netos.

E, finalmente, os últimos 10 anos da sua vida passa-os sentado na varanda, a ladrar a toda a gente.

namuradux (3)



Passei mais um Dia de São Valentim.

Jantei no restaurante "O Pinheirão", que estava a rebentar pelas costuras, mas lindérrimo, decorado com motivos alusivos à efeméride.

Bebi dois ou três 'scotchs', de malte, obviamente, enquanto esperava pela mesa. Uma reserva muito esperta, branca, geladinha, acompanhou-me durante a picanha macia que me foi servida.

Saí tarde e fui directo ao "Canta Latino", também cheio. Bebi e cantei, cantei e bebi. Lembro-me, vagamente, de ter cantado uma musiquinha brasileira intitulada "Garçon" e de ter conhecido umas gajas que apontaram os seus contactos no meu maço de tabaco.

Hoje, eram duas da tarde, acordei bem-disposto. Tomei banho com a sensação do dever bebido, perdão, cumprido, vesti-me e fui tomar café. O maço de tabaco devo tê-lo deitado fora e com ele os números de telemóvel das conhecidas de ocasião.

Decididamente, há muitos anos que não consigo ver-me no papel de namorado.

A mesa dos docínhos, mais docinha ainda com muitos corações, borboletas e bonekinhos amorosos...

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

ingenuidade


O Instituto Superior Politécnico de Viseu (ISPV), a que preside o professor doutor João Pedro de Barros, exige aos seus candidatos com idade superior a 23 anos (DL, qualquer coisa, de 21 de Março), uma "carta explicativa das motivações (...) nomeadamente quanto às razões pelas quais deseja ingressar no Ensino Superior".

A minha alma 'tá parva: ingenuamente (esta minha ingenuidade há-de matar-me!), sempre pensei que o país deveria era exigir uma "carta explicativa" a quem não quer estudar!...

Tenho para mim que é por estas e por outras que somos um país de analfabetos, e, noutro registo, um país onde abunda a cultura inculta.

Já não me admira que o Tony Carreira e outros Tonys portugueses vendam o que vendem!...

viagra feminino


Um cientista japonês acaba de inventar um medicamento simplesmente revolucionário dirigido ao mercado sexual feminino.


Trata-se do "Klatom", segundo o sr. Akio Otsuka Kaiama, e promete transformar radicalmente as relações entre homens e mulheres de todo o mundo.


Instado a pronunciar-se sobre os efeitos do milagroso medicamento, o respeitado cientista japonês enumerou os efeitos imediatos:


- faz com que as mulheles queilam dale muitos beijinhos aos malidos
- faz com que as mulheles queilam fazele muitos miminhos
- faz com que as mulheles queilam tale semple a fazele amole
- etecetela e pol aí a fóla


- Então e porque escolheu o nome "Klatom"?


- Ola... polque é mesmo o nome dele: Klatom! Klatom de clédito!...

justiça


Um condenado a oito anos de prisão, por 10 crimes de natureza sexual (procº do Parque Eduardo VII), um de lenocídio e nove actos homossexuais com adolescentes, foi libertado anteontem.

Motivo: excesso de prisão preventiva.

Nenhum dos arguidos deste processo se encontra detido, portanto, pois também o outro indivíduo, já condenado a 14 anos de cadeia, havia saído pelo mesmo motivo.

Sem comentários.


PS: Um Pai, porventura lesado por estes energúmenos, sabendo que eles andam por aí à solta devido a "excesso de prisão preventiva", é um assassino se descarregar o seu descontentamento com uma caçadeira nos tomates dos gajos?!

"habeas corpus"


O programa televisivo Prós e Contras, na sua última edição dedicado ao tema "Justiça Sob Suspeita", falou novamente do caso do pai adoptante da Esmeralda, o sarg. Luis Gomes (foto).

E o engraçado é que surgiu ali a novidade de que cada um dos 10 mil subscritores do "habeas corpus" teria de pagar ao Estado, em termos de custas, a quantia de 480 euros. Seria assim coisa para dar um total de 4,8 milhões de euros.

É o que diz a Lei. E a Lei é clara! - afirmava, na RTP1, um Juiz Conselheiro Jubilado (salvo erro!), exibindo livros e livros a confirmar o que dizia.

Eu, por acaso, até acredito que assim seja e que a Lei das Custas seja igual para todos! mas, também entendo que "valores mais altos" se levantaram, no entretanto, e admito que a melhor opção - que agora parece ser unânime! - é ninguém pagar nada a ninguém!...

Afinal, a Justiça nem sempre é cega! Ou se é cega não é de todo burra!... E deve ter-se lembrado que por muito menos se revoltaram os "capitães de Abril", espoletando a revolução que acabaria com o mais longo periodo de ditadura em Portugal...!

Dez mil pessoas (li algures que 27 mil subscreveram o pedido de "habeas corpus") unidas num único descontentamento podem muito bem causar um "maremoto" considerável num sector que passa bem sem mais chatices.

O caso da pequenina Esmeralda, que há dias festejou os seus cinco anos, está a deixar a Justiça numa situação muito desconfortável.

currícula


A falecida Anna Nicole, de quem já aqui se falou, conseguiu um visto de residência nas Bahamas em tempo considerado recorde, mas só depois de ter dormido com o responsável pela Emigração, o sr. Shane Gibson, que por sinal é preto.

As más-línguas dizem que a ex-coelhinha da Playboy dormiu com o ministro várias vezes e agora até pareceram fotografias muito comprometedoras, vendo-se os dois estirados numa cama e com cara de quem não estava a falar do IRS.

Continua, entretanto, a saga dos candidatos à paternidade da filha, a pequenina Dannielynne, de cinco meses, da mesma forma que agora também apareceram quatro candidatos à casa que Anna Nicole tinha nas Bahamas, sendo um deles o tal ministro da Emigração.

publicidade (2)


Ontem, casualmente, entrei num café de bairro. Na parede, pendurado, um calendário do ano em curso. Folha única, gramagem normal, papel couché, branco, brilhante dos dois lados. Cinco desenhos, lindíssimos, na lateral esquerda. Ao fundo, os dizeres que motivam este 'post':

7 Vidas contidas nas tuas partidas
7 chaves nos sonhos mais graves
e 7 mares
em todos os que amares
de quando em vez

Pois. Eu também faço disto. Mas é só quando estou com os copos.



PS: O calendário é da "Delta" cafés, onde pontifica um grande senhor, Rui Nabeiro, que conheci uma vez aqui em Viseu.

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Um tipo levou a namorada para uma praia deserta. Começa por lhe tentar desapertar o biquini, mas ela, armada em enjoada e mete-nojo, põe-se a refilar porque ali não dava jeito, havia muita areia, ainda se arranhavam, iria entrar areia por todo o lado, etc e etc...

O rapaz, compreensivo e paciente, disse-lhe então:

- Calma! Não há nada que não se resolva!!!

E foi ao carro buscar uma grande toalha da Super Bock, que estendeu cuidadosamente no chão.

A namorada deitou-se em cima da toalha e o rapaz ao seu lado. Porém, ao puxar as calcinhas do biquini, uma rajada de vento levantou duas pontas da toalha e ela reage novamente: vamos encher-nos de areia, daqui a pouco a toalha vai voar, vamos encher-nos de areia, vamos ficar todos arranhados, etc e etc...

- Calma! diz novamente o gajo, cheio de paciência. Calma, que tudo se resolve.

Novamente foi ao carro e trouxe 4 latas de Super Bock, colocando uma em cada canto da toalha, para esta não esvoaçar. E como ela estava sempre a implicar com tudo, teve a ideia de trazer também uma venda que encontrou no porta-luvas. Colocou-a à volta dos olhos da namorada e dispos-se a prosseguir com os avanços. Já a rapariga estava completamente nua, com o gajo por cima, quando se lembrou de perguntar:

- Olha, espero bem que tenhas trazido preservativo...?

E o desgraçado:

- Tenho no carro! vou já buscar ao carro...

Enquanto foi, passou um gajo que andava a fazer "jogging" na praia. Ao ver ali uma tipa nua e vendada, assim estendidinha na toalha, aproxima-se com alguma cautela e começa a mexer devagarinho por todo o lado... Como percebe que a tipa não diz nada nem se nega, não hesita e salta-lhe para para a espinha com todo o ardor!...


No final da festança, satisfeito, o gajo levanta-se e pensa em voz alta:

- Fds*!!!! Com uma campanha publicitária destas, agora é que estes gajos rebentam mesmo com os da Sagres!!!

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

namuradux (2)



Lembrei-me hoje que também há quem não tenha de andar a contar os tostões e que, ipso facto, pode optar por uma prendita assim mais... digamos... assim mais de acordo com as possibilidades em termos de guito na carteira. Mas nada de especial. Nem é preciso ser dono de um "american express" negro nem nada...!

Portanto, para esses gajos, a minha sugestão - sem irmos para um Frank Muller, um Patek Philippe ou um Cartier - é a da foto acima.

Trata-se de um relógio da marca "Chaumet", muito fiável, sóbrio mas lindo, saído há pouquíssimos dias. Tem o On em aço, é cravejado de belas safiras no aro e possui uma bracelete pouco ambiciosa em cautchu.

A côr é que lhe dá o toque próprio para um presente de "Dia dos Namorados".

Não sendo nada de especial, custa (p.v.p.) 8.100 euros.

PS: Ah! já me estava a esquecer!... E como os tipo da narta, genericamente, são um tanto avessos à cultura, sugiro, para fim-de-noite, não um poema, mas talvez uma "musiquinha", que até pode ser a que tenho ali na barra lateral à direita - Mozart, claro! até dizem que dá pica e tudo!...

E não esqueçam: sejam felizes!...

terça-feira, fevereiro 13, 2007

namorados


Deixo hoje aqui o meu contributo para todos aqueles que não sabem o que hão-de fazer no próximo dia 14, Dia de São Valentim, Dia dos Namorados.

Eu, obviamente, já dei para esse peditório.

Já tenho a minha quota-parte de ilusões e desilusões.

Mas, se assim não fosse, escolheria o novíssimo "Cerruti 1881" para deslumbrar o coração da minha amada. Não é nada caro e é muito lindo. Em síntese: tem tudo! É, portanto, em meu entender, o suficiente para marcar o dia que se aproxima e fugir à cretinice do ramo de flores à última da hora, assim como quem não quer a coisa e vivó velho.

Depois, à noite, quando ela já nada mais esperasse de mim, recitar-lhe-ía um poema, antecipadamente bem escolhido e bem decorado. Podia ser este, do Abade de Jazente, que é muito bonito. Ora, escutem...


Amor é um arder, que se não sente;
É ferida, que dói, e não tem cura;
É febre, que no peito faz secura;
É mal, que as forças tira de repente.

É fogo, que consome ocultamente;
É dor, que mortifica a Criatura;
É ânsia a mais cruel, e a mais impura;
É frágoa, que devora o fogo ardente.

É um triste penar entre lamentos,
É um não acabar sempre penando;
É um andar metido em mil tormentos.

É suspiros lançar de quando, em quando;
É quem me causa eternos sentimentos:
É quem me mata, e vida me está dando.

(Abade de Jazente / l719-1789)

(re)visitar maria teresa horta



MASTURBAÇÃO

Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam - correm
e voltam sem cessar

e então são os meus
já os teus dedos

e são meus dedos
já a tua boca

que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo - conduzo
pensando em tua boca

Ardência funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde

E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde

E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios

que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma

(Maria Teresa Horta)

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

kopos


Começou a música e um bêbado levantou-se cambaleando, dirigiu-se a uma senhora de preto e pediu:

- Hic!... hic!... A Madame, dá-me o prazer desta dança?

- Não! e não por quatro motivos:

Primeiro, o senhor está bêbado! segundo, isto é um velório! terceiro, não se dança o Pai Nosso! e quarto porque "Madame" é o raio que o parta: eu sou o padre!

fadas & contos



Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa, independente e cheia de auto-estima, que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as exigências ecológicas do mundo moderno, se deparou com uma rã ali mesmo à sua frente.

Subitamente, a rã pulou para o seu colo e disse-lhe:

-Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encantamento e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há-de transformar-me de novo num belo príncipe e poderemos casar, constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir para cá viver connosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para todo o sempre, como nas fábulas...

Naquela mesma noite, enquanto saboreava umas perninhas de rã 'au sauté', acompanhadas de um cremoso molho acebolado, tudo bem regado com um finíssimo reserva branco, geladinho, a princesa sorria e pensava para si própria: Ora! nem morta!

mistérios de gente rica


Anna Nicole Smith, cujo nome verdadeiro é Vickie Lynn, apareceu morta na pretérita quinta-feira, em circunstâncias ainda não esclarecidas.

A ex-coelhinha da 'Playboy' ficou conhecida no mundo inteiro ao casar, em 1994, com o magnata do petróleo Howard Marshall, de 89 anos. A miúda tinha então apenas 26 e não gostava que a acusassem de que tinha ido atrás da fortuna do (fabulosamente rico) texano.

Quatro anos depois ficou viúva e abichanou 88 milhões.

Mas o engraçado da notícia de hoje é que, dois dias após ter sido encontrada morta, surgem publicamente, nada mais nada menos, quatro personagens a disputar a paternidade da filha, Dannielynn, com 5 meses apenas.

Não duvido nada de que a miúda tenha dormido com todos eles (e mais alguns!). O que acho giro é aparecerem logo quatro candidatos a "pais" da pequenina que agora se encontra orfã. E pergunto a mim próprio, ciente de que esta ingenuidade há-de matar-me um dia: se não houvesse tanta 'narta' pelo meio, será que o destino da catraia não era um orfanato qualquer?!...


PS: Há quem afiance que a bébé é mesmo filha do falecido milionário, pois a ex-coelhinha, dizem, teria guardado esperma do marido. História possível, porém, pouco crível. Não é razoável, muito menos expectável, que uma viúva volte a casar e que depois disso precise de descongelar esperma do falecido. E se isso acontecesse, que diria o esperma fresquinho ao sentir-se preterido?!...

sábado, fevereiro 10, 2007

no coments

aborto (3)


Amanhã é dia 11.
Pode ser mais um dia igual a tantos outros.
Ou pode ser um dia diferente.
Um dia que marque o futuro de todos nós.
E não falo, apenas, do referendo ao Aborto.
Quer dizer: podíamos dar um bom pontapé no trazeiro da hipocrisia colectiva.
E passarmos a dormir com a consciência um bocadinho mais tranquila.


Em tempo:
Há muitos anos, uma amiga de uma amiga, com data de casamento marcada, apareceu em minha casa lavada em lágrimas. Estava grávida de um namorado anterior. Caucasiano, como ela. O futuro marido era (e é) de raça negra. Ajudei-a, com alguma relutância, mas hoje sinto-me melhor: vejo um casamento feliz e três criancinhas mulatas que são um amor.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

país de ricos


(2006) - Os portugueses com dívidas aos três operadores de telemóveis vão passar a constar de uma lista de devedores, ficheiro que vai ser organizado e gerido pela "Credinformações", empresa gestora de bases de dados sobre informação financeira de clientes. Esta empresa ganhou o concurso lançado pelos três operadores e está neste momento a preparar a solução tecnológica para que a base esteja pronta no primeiro trimestre de 2006, anunciou ao DN Albano Santos, administrador-delegado da "Credinformações" em Portugal.

Em 1997, as dívidas dos clientes de serviços de telemóveis estavam estimadas em cerca de 6 milhões de contos. A Telecel (hoje, Vodafone) confirmava então que os pagamentos incobráveis atingiam os 3 milhões de contos, mas salientando que não representavam 3,5 por cento da sua facturação ("Expresso").

A TMN, na mesma data, recusou-se a adiantar o montante das dívidas, mas sabe-se que andariam próximo do valor apresentado pela Telecel, dada a semelhança estrutural entre as duas companhias.

aborto (2)


Um feto do sexo masculino, com 7/8 meses de gestação, foi encontrado dentro de um saco plástico, na triagem de resíduos sólidos, na lixeira de Trajouce, Cascais.

As autoridades estiveram no local para investigações.

A propósito, estão aí os defensores do "Sim" e do "Não", ambos os lados a "torrar" o guito dos contribuintes, mas não dou conta de que haja quem verdadeiramente se importe com situações extremas como estas, em que, vá lá saber-se as razões!, uma mulher chega ao desespero de atirar com o feto para o contentor do lixo.

Era isto que eu gostava de ver! E era para saber isto que o nosso guito deveria servir. Não para gáudio de uma mão-cheia de "pavões", cujo fim único é andar com o nome estampado nos jornais.

...e os nossos Hospitais têm é de abrir portas para que casos destes não sejam o pão-nosso-de-cada-dia.

Desculpem o desabafo, mas um país que se quer civilizado e que, no fundo, mostra o que tem mostrado nesta discussão sobre o Aborto, não passa de uma coutada onde convivem (mal!) imbecis de um lado e trogloditas de outro.

Aborto


Manuel Costa Pinto, de 79 anos, natural de Viseu, padre jubilado, referiu aos jornais que iria votar pelo "Sim" no referendo ao Aborto.

O sacerdote justifica a sua posição: a mulher deve ser libertada "dessa coisa vergonhosa que é o julgamento e os exames à sua vagina".

Adoro padres que não têm medo de dizer a verdade nem temem pela putativa excomunhão.