Batem batem levemente como quem deixou as vírgulas e as interrogações no bolso das outras calças
Será chuva, questiono-me na minha inocência e sem ligar às interrogações
Será vento, idem idem aspas aspas até mesmo nada me importando com o ibidem
Fui ver, assim como quem não quer a coisa, mas, na realidade, não querendo outra coisa
Vento não é certamente e nem as putas nem o gajo das pizzas costumam bater assim na minha porta
Era a Ritinha e olho-a agora através da vidraça (que o mesmo é dizer através da objectiva), na esperança de que me ponha tudo da cor do linho, mas não: o quarto, a cozinha, tudo na mesma rebaldaria habitual
Passa gente e quando passa, aflige-me que seja o namorado ciumento da nossa amizade e dou mais uma volta na chave da entrada e ajeito a corrente de (in)segurança
Fico olhando esses sinais que a Rita tem pelo corpo, imaginando o trabalho que vou ter depois no photoshop para os remover, porque ela detesta-os e diz que preferia ter uma pele assim de bonekinha de porcelana, espojada e adormecida, acima de tudo esquecida
Não sei o que tem ela hoje: mas às crianças, Senhor, porque lhes dás tanta dor?!
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