quarta-feira, dezembro 09, 2009

ponto final

Eulália, 50 anos, funcionária de um Lar em São Bartolomeu de Messines (Algarve), pôs ontem um «ponto final» a 30 anos de violência doméstica.

Dois tiros de pistola, calibre 6.35, talvez dois segundos ou nem tanto, foram o suficiente para acabar com a vida do seu ex-marido, José Joaquim Sousa, 56 anos, pedreiro de profissão, e acabar com o sofrimento em que vivia e que é testemunhado pela vizinhança.

Eulália e Joaquim estavam legalmente divorciados há duas semanas, após processo judicial conflituoso, e ontem a mulher iria sair definitivamente da casa onde moravam juntos.

Por volta das 15 horas, quando Eulália procurava retirar alguns dos seus pertences, Joaquim terá iniciado nova discussão e, ao que consta, terá feito as costumadas ameaças.

Ouviram-se então dois estampidos. Eulália empunhou a pistola e premiu o gatilho. O homem caiu inerte no chão e com ele caiu também toda a bravata imposta a uma relação sem sentido nem futuro.


Reflexão

Escrevemos aqui há dias que estes casos acontecem, maioritariamente, porque as pessoas não se sentem - nem o são! - protegidas pela nossa Polícia. O lamentável ocorrido, como tantos e tantos outros, vem dar razão à tese que defendemos e que, no essencial, tem a ver com a necessidade de se prestar atenção imediata e concreta às queixas que são feitas pelas vítimas na PSP ou GNR.

Eulália já tinha apresentado várias queixas na GNR contra a violência de que era alvo na sua própria casa. Como então referi, são os tais papeis incómodos que vão para o monte de iguais papeis incómodos e só de lá saem - para arquivo e para as estatísticas - quando alguém morre.

É o caso.








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