segunda-feira, dezembro 19, 2011

pentelhices educativas


Tudo indica, pelas notícias vindas a lume mais recentemente, que os problemas da Educação em Portugal, pelo menos alguns problemas, vão levar uma «vassourada» com o actual ministro da Educação, Nuno Crato, que parece desejar mais seriedade nas exigências à avaliação dos alunos.

O absurdo facilitismo dos últimos anos na área da Educação tem lançado no mundo do trabalho uma juventude claramente impreparada e detentora de um analfabetismo preocupantemente confrangedor.

Nuno Crato, entre outras coisas, diz que talvez se possa começar por tirar as máquinas de calcular das salas de aula dos meninos do 5º ano, que ainda estão a consolidar a capacidade de cálculo matemático, ou aumentar a exigência em relação aos manuais escolares.

Tirar as máquinas de calcular, tirar os telemóveis, tirar a falta de educação e a falta de respeito pelos professores - dentro e fora das salas de aula - tirar, enfim, a ideia generalizada de que os «profs» são uma «seca» e que não é necessário estudar porque o nível de exigência desceu tão baixo que qualquer burro passa de ano.

A ideia dos projectos curriculares de turma, estudo acompanhado, formação cívica, a. projecto e outras «paneleirices» que tais, criadas em 2001, e cujo impacte positivo nunca ficou demonstrado, têm servido apenas de desculpa para um mais que censurável 'dolce far niente' nas nossas escolas.

Os alunos deliciam-se com todas estas patetices dos adultos, tipo «competências sociais», «comunicação», «trabalho em equipa», «gestão de conflitos», «avaliação de processos», «autoavaliação na aprendizagem», et caetara, pois enquanto brincamos com isso ninguém se lembra de merdas que parece terem já passado à história, tais como matemática, português, história, geografia e outras «pentelhices» que não interessam nem ao Menino Jesus.

Acho que anda bem o nosso ministro quando defende que facilitar a vida aos nossos filhos não significa que se deva diminuir o grau de exigência nas escolas, antes pelo contrário, e que esse grau de exigência deve ser para todos: ricos e pobres.

É claro que as coisas passam por decisões complicadíssimas, bem sei, mas passam também por decisões tão simples e elementares como impedir que um aluno passe a hora de aula a receber e enviar sms ou que durante um teste receba, no telemóvel, todas respostas de que precisa e que não sabe por não ter estudado a matéria.

Um dia temos de parar de brincar com o futuro dos nossos jovens e isso só irá acontecer quando os adultos forem adultos e entenderem que as crianças são apenas crianças e precisam da nossa direcção.

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