sábado, julho 09, 2011

hemorroidal

Ptolomeu, em 150 d.C., afirmava que a Terra era o centro do Universo e que tudo girava à sua volta!

Foram precisos cerca de 1400 anos para esta teoria ser contrariada por Nicolau Copérnico, provando-se que o Sol, esse sim, é que era o centro verdadeiro do nosso Universo  e descansando-se  com isso a Humanidade confusa.

Estamos em 2011 e eu lamento contradizer: nem Claudio Ptolomeu, de Alexandria,  nem Copérnico  têm razão nessas suas teorias geocêntricas e heliocêntricas.

Eu, em apenas 3 dias,  descobri que ambos estão redondamente enganados!

O centro do Universo, seguramente, é o cu. Sim, leram bem: é o cu!...

Fui operado com  carácter de urgência às hemorróidas ali no Hospital de Viseu na passada  semana.

No domingo à tarde, aquilo que eu achava que era apenas um singelo peidinho - daqueles que eu consigo sempre disfarçar dizendo para a Ana, a minha namorada, que são os alumínios da «marquise» a precisar de óleo nas calhas -  meu Deus!, quase me virou todo do avesso.

«Digo-lhe já que não vai ser fácil» – sentenciou o argentino ou filipino que me calhou como médico de urgência. E meneando a cabeça ante a minha desgraça, acrescentou de pronto: «Mas vamos a ver se isto reverte, pode ser que sim».

Reverteu o car***!!!!  Era mais fácil o Sócrates aceitar que não tem o curso de engenheiro ou o Passos Coelho confessar que Portugal não tem remédio do que aquela bolinha (?) chaguenta e purulenta aceitar pacificamente o toque de rekolher.

Foram quase 2 horas de bloco operatório, mas confesso que não senti nada de nada! nem sei se foram além do chamado acto médico e me enrabaram durante aquele tempo em que estive insconsciente, mas reconheço hoje que podiam tê-lo feito e eu nunca o saberia!!!!!

Durante o recobro deitei os olhos da desconfiança a vários enfermeiros encorpados que de tempos a tempos pareciam observar com deleite o meu rico cuzinho, enfermo, embora, mas nada me confirmou as suspeitas que me roíam as entranhas.

Dois dias de hospital, que me pareceram anos, passei-os relativamente bem, embora me tenha sentido quase afogado com os litros e litros de soro que me aplicaram, embora a comida seja o que a gente sabe, embora não tenha comido nenhuma enfermeira nem ninguém se tivesse lembrado de levar uma garrafita de Whisky à socapa debaixo da roupa.

Terceiro dia de manhã, o médico argentino (Filipino?) disse-me em espanhol que podia ir para casa.

Em casa, passados os efeitos anestésicos e analgésicos, acompanhados de quilos e quilos de lidocaína,  quando um gajo tem de ir ao WC, vulgo retrete,  só ocorrem dois pensamentos: car*** e  puta que pariu!... Parece que  estamos a cagar um croquete de figo da Índia, casca de abacaxi, concha de ostra e arame farpado. É um auto-flagelo.

Durante os primeiros três dias dói tanto que ninguém  imagina que uma coisinha tão pequena e com um nome tão reduzido (cu) possa doer tanto. Só digo que o tamanho da dor não é em nada proporcional ao tamanho do nome! neste caso, cu deveria ser dobrovosky, tegulcigalpa, nabucodonosor... sei lá!  devia ser complicado a sério para acompanhar fielmente a profundidade da dor!... Então passam-nos pela cabeça algumas soluções mágicas:

1) Usar um ventilador!
(Só se for daqueles túneis aerodinâmicos onde testam os carros!)
2) Gelo!
(Só se eu escorregar de cú ao léu por uma encosta do Monte Everest!)
3) Esguichinho de água!
(Tem de ser, no mínimo, igual aos da Fonte Cibernética ou igual aos das mangueiras de apagar fogos dos «Voluntários») 


Descobri também que somos descendentes directos dos babuínos, porque um gajo começa a andar como eles e exibe sem qualquer pudor as protuberâncias anais tão avermelhadas como os pimentos mais vermelhos. Com qualquer tosse, movimento inesperado, trejeito mais brusco, sente-se a partir do cu umas dores excruciantes que nos fazem pensar em meter a cabeça debaixo da torneira da cozinha para nos afogarmos.

Para melhorar as idas à cagadeira, ao que todos os amigos aconselham, o ideal é uma dieta à base de fibras. Foi o que fiz: comi cinco vassouras de piaçaba, um tapete de sisal e sete metros de corda.

Agora eu sei o sentido daquela frase: quem tem medo de cagar não come!  E bem que me recordei do que sempre digo dos avarentos que não cagam para não comer nem comem para não cagar!...  Ou aquela da pimenta no cu dos outros p'ra mim é refresco!... 

Tudo nos vem à cabeça, nestas alturas, na ideia desesperada de que nada nos venha ao cu...

Bem, mas agora já passou tudo, já estou bem, ‘tou a  cagar com manda o figurino ou,  se preferirem,  como manda a puta da lei da sapatilha, não preciso de me contorcer todo para amandar uma peidola valente e o meu rico cuzinho ficou afinadinho em ré menor!  um luxo, digo-vos eu e olhem que quem tem cu não mente! 

A foda toda é que eu usei «Evax» durante quase um mês depois da cirurgia, a conselho médico, e agora estou a sentir a falta desse aconchego na regateira das bufas...! Fónix e re-fónix! Homem sofre!!!!


2 comentários:

Anónimo disse...

?????

Abraço, Migas

heresias consentidas disse...

MIGAS
kompanheiro, agradeço mas está tudo cinco estrelas!
rsrsrsrs
abraço e bom fds