Tenho amigos que às vezes me dizem coisas.
No afã de me ajudarem, acredito, na vontade de me serem úteis, sem dúvida, a verdade é que aumentam a minha depressão, ampliam pânicos e ansiedades e fazem com que a dor aumente e só me apeteça dormir, dormir, dormir até deixar de doer.
Ligo pouca ou nenhuma ao que ouço, mas de quando em quando fico aflito...
Lembro-me dos gauleses e do Astérix da minha juventude e daquele medo absurdo de que o Céu lhes pudesse cair em cima da cabeça.
A vida é madrasta para quem, como eu, é incapaz de se reduzir ao papel de ser mais um, apenas mais um, igual a todos os outros.
Epíteto, um dos filósofos gregos que mais aprecio, sobretudo pelos sobressaltos da sua existência, levou grande parte da sua vida a comparar as pessoas que se encaixam na sociedade com aquelas linhas brancas de uma toga: linhas simétricas, direitinhas, branquinhas, todas iguais... enfim! indistinguíveis!...
Epíteto viveu toda a sua vida a desejar ser a linha roxa, aquela pequenina parte brilhante da toga que fazia com que tudo o resto surgisse belo, harmonioso e gracioso.
E interrogava-se, sofrido, consumido, sobre o porquê de quererem que fosse como os demais, certinho, direitinho, alinhadinho: se eu me parecer com todos os outros, como é que eu depois ainda vou ser roxo?!...
2 comentários:
não temos que ser iguais,o gostoso estar em sermos muito diferentes.Tenha uma semana deliciosa,
beijussssssssss
eskorpiana linda
ah k tempos vc num fala nd komigo!...
:(
me konta vai: td maneiro com vc meu bem?
bjs
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