segunda-feira, novembro 01, 2010

amigos




Tenho amigos que às vezes me dizem coisas.

No afã de me ajudarem, acredito, na vontade de me serem úteis, sem dúvida, a verdade é que aumentam a minha depressão, ampliam pânicos e ansiedades e fazem com que a dor aumente e só me apeteça dormir, dormir, dormir até deixar de doer. 

Ligo pouca ou nenhuma ao que ouço, mas de quando em quando fico aflito...

Lembro-me dos gauleses e do Astérix da minha juventude e daquele medo absurdo de que o Céu lhes pudesse cair em cima da cabeça.

A vida é madrasta para quem, como eu, é incapaz de se reduzir ao papel de ser mais um, apenas mais um, igual a todos os outros.

Epíteto, um dos filósofos gregos que mais aprecio, sobretudo pelos sobressaltos da sua existência, levou grande parte da sua vida a comparar as pessoas que se encaixam na sociedade com aquelas linhas brancas de uma toga: linhas simétricas, direitinhas, branquinhas, todas iguais... enfim! indistinguíveis!...

Epíteto viveu toda a sua vida a desejar ser a linha roxa, aquela pequenina parte brilhante da toga que fazia com que tudo o resto surgisse belo, harmonioso e gracioso.

E interrogava-se, sofrido, consumido, sobre o porquê de quererem que fosse como os demais, certinho, direitinho, alinhadinho: se  eu me parecer com todos os outros, como é que eu depois ainda vou ser roxo?!...



2 comentários:

Scorpys disse...

não temos que ser iguais,o gostoso estar em sermos muito diferentes.Tenha uma semana deliciosa,
beijussssssssss

heresias consentidas disse...

eskorpiana linda

ah k tempos vc num fala nd komigo!...

:(

me konta vai: td maneiro com vc meu bem?

bjs