Na minha já longa e frutífera existência, ouvi contar que numa pequena localidade do interior, tipo aquela em que eu vivo, alguns indivíduos divertiam-se com o idiota da aldeia, um tolaço, um pobre coitado que ficava a dever algo à inteligência, que vivia de pequenos biscates e sobretudo das esmolas de gente com corações condoídos.
Diariamente, o grupo habitual de foliões chamava o tolinho para a taberna onde se juntava e dava-lhe a escolher entre duas moedas - uma grande e outra menor - e ele escolhia sempre a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos e chacota para todos.
Certo dia, houve alguém que chamou o tolaço de parte e perguntou-lhe se ainda não tinha percebido que a moeda de maior diâmetro valia menos...
"Mas é claro que eu sei isso!!!" - respondeu o homem que não era tão assim tão idiota.
- "Eu sei que ela vale metade da outra moeda menor, mas no dia em que eu escolher a moeda certa, a brincadeira acaba e não vou receber mais nenhuma moeda."
Observação: O maior prazer de um homem inteligente é fazer-se de idiota diante de um idiota que se faz de inteligente".
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