Por sua vez, o Juíz Roberto
Pessoa de Sousa, emitiu o competente «despacho», imitando com toda a graça o
modo usado pelo «requerente» poeta
Ronaldo Cunha Lima – o verso popular – e «soltando» o violão que esteve na base
de toda a «estória».
OBS:
Em reflexão, muito pessoal,
o que posso dizer é que os Juízes devem sempre seguir as Leis, mas, devem
segui-las com o coração – e isso, infelizmente, não acontece com a frequência
que desejaríamos.
Acho bonito o sábio e
superior acto do Juíz, aqui, e mais bonito quando ele, solidário, hospitaleiro,
escreve «noite de luz, plena madrugada/venha tocar à porta do Juíz».
Há coisas que mexem com a
sensibilidade dos Homens e essa sensibilidade, que soa mais alto e mais
harmoniosamente que as cordas de um violão, num Polícia ou num Juíz, seja em
quem for, não pode nem deve ser
pisoteada por Leis simplesmente desumanas.
A Justiça deixa de ser
Justiça quando, por via da Lei, esquece a Humanidade do ser humano.
Recebo a petição escrita em verso
E, despachando-a sem autuação,
Verbero o ato vil, rude e
perverso,
Que prende, no Cartório, um
violão.
Emudecer a prima e o bordão,
Nos confins de um arquivo,
em sombra imerso,
É desumana e vil destruição
De tudo que há de belo no
universo.
Que seja Sol, ainda que a
desoras,
E volte á rua, em vida
transviada,
Num esbanjar de lágrimas
sonoras.
Se grato for, acaso ao que
lhe fiz,
Noite de luz, plena
madrugada,
Venha tocar á porta do Juiz.
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