sexta-feira, maio 20, 2011

«raptada»

Em Viseu, não sei se mesmo na cidade ou nos arredores, uma jovem de 19 anos desapareceu de casa há quase uma semana e a Polícia ainda não deu explicações para o sucedido nem faz ideia do seu paradeiro.

Em declarações, na altura, a Mãe falou na possibilidade de «rapto».

Vamos por partes:

1)
Ninguém rapta uma miúda pobre.

2)
Quando alguém é raptado, esse alguém é suposto que tenha «guito» e nas 24 h seguintes os raptores informam a família das suas condições, isto é, do que pretendem em troca.

Portanto, a jovem não foi raptada.

Outros pontos de que temos conhecimento e a considerar:

1)
A jovem desaparecida mentiu à Mãe dizendo-lhe que iria ao cinema com o namorado.

2)
Mentiu também ao namorado porque este, ao fim da noite, telefonou à futura «sogra», para saber da namorada.

Conclusões a tirar:

1)
A jovem saiu de casa por sua própria iniciativa e mentiu à Mãe para esconder as verdadeiras razões que a motivaram.

2)
Obviamente o namorado não fez parte dos planos da jovem porque não foi informado nem sabia de nada.

Por último, poder-se-à pensar que alguma coisa de mal aconteceu à jovem no seu percurso de casa para o cinema...!

Mas para levarmos isso a sério, na investigação, teríamos de saber que o namorado estava combinado para essa tal sessão de cinema e não parece que ele soubesse disso: falta o telefonema imediato do namorado para a Mãe logo após perceber que ela estava a falhar ao início da sessão. E os bilhetes? já estavam comprados? a que filme iriam assistir? e onde? no Fórum? no Palácio? ela tem carro próprio? onde costumava encontrar-se com o namorado?

Bem, tenho a certeza que a Polícia já tem estes pormenores todos.

Uma coisa é certa:

O namorado é a «chave».

Vejamos:

1)
E se a miúda não mentiu e ia mesmo ao cinema com o namorado?

2)
E se o telefonema tardio do namorado para a Mãe foi apenas para fortalecer o «álibi» do «eu não sabia de nada»?

Em síntese: ou ele sabe de alguma coisa - e essa coisa vai mostrar-se grave! - ou ele não sabe realmente de nada e a miúda apenas o ultrapassou pela esquerda e foi dar uma curva ao bilhar grande.

Se querem que vos diga, lembro-me de casos semelhantes e juro que preferia a segunda hipótese.

Detestaria que se viesse a encontrar mais um cadáver, no fundo de uma ribanceira, consequência de um desses loucos episódios de ciúmes de adolescentes estúpidos.

Não é, contudo, hipótese a descartar.

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