sexta-feira, março 11, 2011

a louça

Conheci um gajo do Porto que adorava motos Harley-Davidson. Juntou dinheiro durante muito tempo e um dia foi até ao Stand respectivo. Lá chegado, ouviu do vendedor:


- Temos a mais recente Harley sim, mas ainda não foi vendida porque tem um pequeno defeito de fábrica. Não passou pelo último estágio da secagem de tinta e, portanto, não pode apanhar água pois isso manchará toda a pintura. Estamos até fazendo um desconto muito significativo por causa disso mesmo...
- E não há solução? - perguntou o meu amigo.
- Bom... Solução há... Quando estiver para chover, é só untar bem a moto com vaselina e a pintura continuará inalterada apesar da chuva... 
Sem pensar duas vezes, comprou a moto, passou na farmácia, comprou um tubo de vaselina e guardou no bolso. 


À noite, a namorada convidou-o para jantar em casa dela pela primeira vez. 

Ele chegou à hora marcada, radiante com a sua Harley novinha em folha, arrancou aquele ronco inigualável antes de desligar o motor e bateu à porta.

A namorada abriu e antes de mais nada avisou-o ao ouvido:

- Amor, depois do jantar não digas nada, não abras a boca sequer, porque aqui em casa temos o seguinte jogo: o primeiro que falar qualquer coisa tem de lavar a louça e arrumar a cozinha.
- Tudo bem! podes ficar tranquila! nem chus nem bus... oki! certo!
No final do jantar, todos mudos e quietos. 


Nisto desata a trovejar.

O meu amigo nortenho tem um sobressalto terrível:


- 'Tou fdd*!... E agora? A moto lá fora e eu aqui sem poder abrir a boca!...


Depois de pensar um pouco veio-lhe uma ideia luminosa: agarrou na namorada e pespegou-lhe um beijo de língua, na frente dos pais, daqueles que até escorre saliva pelos cantos, e as mãos escorregam pelos fundos, esperançado que alguém se manifestasse contra a cena galdéria.

Ninguém falou nada! Tudo mudo, fingindo nada ver!


Lá fora os relâmpagos triplicavam.

Vai o gajo, já re-fdd* da vida, amanda-se novamente à namorada, deita-a na mesa por entre pratos e copos, e, sem cerimónias, rasga-lhe as cuecas com um puxão violento e doloroso, e papa-a ali assim como quem faz o bem sem olhar a quem.
Olha em volta mas ninguém diz nada.
A chuva, lá fora, ameaça.


Car*! Ai isto é assim? pensa o meu amigo. 'Tão se é assim, vão ver como é um gajo do Norte... carago!... Agarra na sogra, rasga-lhe a roupa violentamente, atira-a ao chão, vira-a de costas e... lá vai disto ó Evaristo! toma lá o meu ó Abreu! ó João olhó sardão!...... 

Nada! nem um som! nem uma mosca zumbindo!...
Pela vidraça, o meu amigo olhou o primeiro pingo de chuva lá fora e não se conteve: puta que pariu a louça! pensou. Qsf* a louça! E ergueu-se de um só pulo, sacou a vaselina do bolso e… 


Nisto, o sogro, assustadíssimo, desata em altos berros: fds*! calma aí que eu lavo a merda da louça ó kar*! Eu lavo a louça!... 







Sem comentários: