Há dias atrás olhei para mim ao espelho e dei conta de que faleci.
Já andava assim tipo meio-morto há uns tempos, verdade seja dita, portanto... não foi nada de especial, não foi nada que eu já não estivesse à espera.
Houve uma fase de negação, confesso, mas acabei por encarar e aceitar a realidade.
Segundo uma psicóloga com quem falei recentemente, a época natalícia mata muita mais gente... Enfim! eu acho que isto são só desculpas, porque um gajo morre todos os dias e às vezes até morre sem dar por isso...!
O bom de morrermos é que se acabam as contas mensais do psiquiatra e já não voltamos a precisar de ir à farmácia aviar os alprazolam e outros psicotrópicos politicamente correctos mas invariavelmente inadequados por inúteis.
Mas o que eu queria dizer é que estou a dar uma festa para celebrar o meu falecimento e que estão todos convidados. A coisa vai durar pelo menos até ao fim da garrafa que comecei agora mesmo a beber, mais duas ou três cervejas que ainda tenho ali no frigorífico.
Se passei a minha vida a celebrar a vida, acho que devo também agora celebrar a morte...
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