terça-feira, dezembro 01, 2009

o nosso hospital em viseu

Médico do Hospital Distrital de Viseu

«esquece» compressa no útero de paciente

Uma mulher de 39 anos andou onze dias com uma compressa de gaze no útero que os médicos "se esqueceram de retirar" durante uma operação realizada no Hospital S. Teotónio (HST), em Viseu.

Maria Lopes entrou na sala de operações no dia 18 de Novembro, às 08h15, para que lhe fossem laqueadas as trompas. Às 15h30 do mesmo dia regressou a casa com a garantia dos médicos de que "a operação tinha decorrido bem".

Nos dias seguintes sentiu-se bem, mas no domingo tudo se alterou.

"Tive muita febre e convulsões na zona do útero, parecia que ia ter um bebé. Fui à casa de banho e a compressa saiu pela vagina", conta Maria Lopes, que agora está com uma infecção.

A compressa tem 15 centímetros de comprimento e cinco de diâmetro.

"Como foi possível terem-se esquecido de retirar uma coisa tão grande?", interroga-se o marido, Alfredo Paiva.

Ontem, Maria Lopes foi ao hospital para falar com o médico que a operou. E saiu de lá mais revoltada: "Pediu-me desculpa. Quando lhe disse que ia denunciá-lo respondeu-me que não estava preocupado porque ainda estava no início da carreira."

O casal fez queixa no livro amarelo e pondera avançar para tribunal.

Luís Viegas, do gabinete de relações públicas do HST, refere que quando o Conselho de Administração receber a queixa "vai averiguar o caso".

(Luís Oliveira, in Correio da Manhã, com a devida vénia)


Nota:

Correndo o risco, embora, de receber um telefonema meio estrambólico do Gabinete de Relações Públicas do HDV, como ainda recentemente me aconteceu, verifico, com inusitada satisfação, que desta vez a resposta não foi a habitual «não sabemos de nada».

Não obstante, mantenho, continua a ser uma tomada de posição algo displicente (termo que parece ter irritado tanto o sr. Viegas) e deveras inaceitável por parte dos responsáveis do Hospital de Viseu.

E mais: poderá aceitar-se que, supondo, no caso de não receber nenhuma queixa, o HDV não procederá a averiguações? não lhe importarão os factos imputados, mesmo que, 'in extremis', só de «ouvir dizer»? - parece ser o que a resposta do sr. Viegas nos deixa subentender e nem sequer prima pela originalidade: claro que quando houver queixa terá de averiguar-se, hein? (que resposta de «mestre» de um Gabinete de Relações Públicas!)

A propósito, nunca mais se soube nada daquele caso em que um doente se atirou de uma janela abaixo. Em que pé estará esse caso? saberá o HDV de alguma coisa que queira partilhar com os jornalistas? ou a resposta é que o assunto seguiu para o Ministério Público e pronto, não se fala mais nisso?!...





Sem comentários: