Nota prévia:
Ocorreu-me fazer este texto, porque saí agora da apresentação do livro do doutor Vara Branco e ele disse, a determinado passo da sua intervenção, que nós nos devemos «apaixonar por Deus».
Fico-lhe muito grato por me ter recordado isso.
Diz a Bíblia, em João 3:16:
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigénito (*), para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.”
Sempre que leio esta passagem das Escrituras (não só esta, mas vá, estamos agora a falar desta!) milhentos pensamentos assaltam-me em catadupa.
Explico porquê.
Saberia Deus que estava a entregar o seu filho para redimir uns tótós mal-agradecidos como nós?
Mais: quando se diz que «Deus amou o mundo», isto é, que ama o mundo e tudo o que nele se encontra, baralho-me em questões intensas...
Deus pensou em quem, com o seu imenso amor? em mim, que sou do pior que existe à face da Terra? pensou nos feios? nos aleijados? nos pobres? nos alentejanos?...
Pessoalmente acho que Deus nos ama a todos por igual, assim tipo como a minha Mãe me ama a mim e aos meus irmãos todos(apesar de serem todos 'frescos para assar').
Pessoalmente, até acho que Deus ama os ciganos e os pretos e aquelas criancinhas que reviram os olhos, batem com os 'cornetos' na testa quando tentam chupá-los e fazem outras cenas que um gajo estúpido como eu até se esquece e mija-se a rir.
Pessoalmente, até acredito que o amor de Deus é tão omnipresente que até ama as putas e os gaizolas.
Porque acho eu isto? - perguntarão os meus visitantes. Bem... porque se há amor em que eu acredite - e acredito em vários e variados tipos de amor - esse é o amor de Deus, o único amor verdadeiro, puro como a mais pura das águas cristalinas, porque é um amor que não distingue que nunca nos falha e está tudo dito.
Nós não nos cansamos de dizer à pessoa que temos ao lado na cama: «ai, eu adoro-te tanto»; mas, daí a pouco, se alguma coisa nos não agrada, anda tudo à bofetada, cinzeiros pelo ar, trombas partidas e não raras vezes, estúpidas agressões mortais.
O amor não é isso. O amor não é ciumento, porque confiante; não é possessivo, porque tolerante; e etc.; e o que ele não é, sobretudo, é infeliz, porque ele é a própria definição da suprema felicidade.
Diz o povo que «o amor não escolhe idades»; mas o amor, em concreto, não tem de escolher rigorosamente nada: quando se ama, ama-se e pronto, ama-se e mais nada. O amor não é uma torneira que se abre e fecha a bel-prazer, quando queremos ou não queremos que a água corra.
O verdadeiro, o puro amor, corre sempre e corre feliz por correr.
Por isso é que Deus nos amou e ama. A torneira do amor de Deus não se fecha e abre ao sabor de um qualquer capricho divino. Os caprichos são próprios do homem e Deus é Deus, é divino, não é homem.
E por ser divino é que incomensuravelmente nos ama, e está-se certamente a cagar de alto e de repuxo para o nosso sexo, a nossa fortuna ou falta dela, a nossa beleza ou fealdade, o sermos altos ou baixos, pretos, brancos ou amarelos, e até, tenho a certeza, é-lhe indiferente se conseguimos mijar direito na sanita ou se usamos fraldas para a incontinência urinária.
Deus é assim mesmo.
Ama-nos.
Apesar de sermos uns cromos que só fazemos merda.
(*) Filho único
O Unigénito de Deus: Jesus CristoObs:
Agora, só porque estas gajas são como são, Deus haveria de lhes retirar o seu amor?!... Desculpem a enormidade, mas, que raio de amor seria esse se assim fosse?...
2 comentários:
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