terça-feira, novembro 03, 2009

droga

Li hoje na primeira página do «Diário de Viseu» - já não existe o Diário Regional de Viseu! - que um Juíz do Tribunal Judicial da Comarca de Viseu se irritou, durante um julgamento, com uma testemunha (ou arguido, já não sei bem!) por esta não se «recordar» de factos, pessoas, nomes, etc... tudo relativo a um processo que envolve drogas e ciganos, mesmo com o Tribunal a mostrar-lhe registos de chamadas telefónicas que alegadamente terá feito para as suas compras.

Mas... desculpem lá: andamos todos doidos? Então o Tribunal espera que alguém de bom-senso aponte um dedo sequer a um cigano?

«Quem tem cú tem medo», diz o povo, e nem em Viseu nem no país inteiro há polícia que garanta a integridade física dos cidadãos face às ameaças de gente violenta e rancorosa, sejam ou não de raça cigana.

E que eu saiba, até a Polícia tem medo dos violentos e sobretudo dos ciganos!... Sim, porque se não tivessem todos medo dos ciganos, a venda DESCARADA no Bairro de Paradinha tinha terminado mesmo antes de começar!...

Toda a gente sabe o que se passa naquele Bairro. E quando digo toda a gente é mesmo toda a gente.

Não é de admirar, portanto, que o próprio Bairro tenha medo de tudo e de todos e só mesmo a miséria e a extrema carência pode explicar que haja quem se veja obrigado a continuar ali a viver (viver?!) em meio de tanta violência e de tanto problema.

Os Juízes deveriam ser mais sensíveis ao terror que as pessoas têm de acusar abertamente os indivíduos violentos e os de de etnia cigana. Deveriam despir as suas togas e conhecer a realidade. E conhecer a realidade é, por exemplo, fazerem uma incursão ao referido Bairro e verificarem 'in loco' o que por ali se passa à vista de todos.

Uma coisa é ser condenado pelo Tribunal por posse/compra de drogas. Outra, bem diferente, é viver o resto da vida com o medo de ser abatido a tiro.

Eles não têm medo. Quem tem medo somos nós. E o medo é tanto que muita gente em Viseu não chega nem perto do Bairro de Paradinha.






2 comentários:

José Martins disse...

O terror da ciganada é um "feudo" em Portugal.
Bem me lembro de quando essa "canalha" aparecia (deslocavam-se em carroças puxadas por burros, normalmente cegos)na minha aldeia, Arcozelo,o terror dos ciganos inseria-se na humilde e séria gente.
As portas, trancadas a sete chaves, com o medo da escória.
As navalhas de ponta e mola era a sua arma e as ameaças constantes. Mas fui encontrar os ciganos "pianinhos" na Turquia de quando lá trabalhei dois anos (prospecção do petróleo) que não eram tratados igual a cães, um bocadinho acima deles.
A nossa temperança e a tolerança latina leva-nos ao medo e "cagaço" dos ciganos e da "escumalha" do leste que nada têm a ver com as nossas raízes e etnicidade.
Abraço de Banguecoque
José Martins

Anónimo disse...

já foi pior---