Foi já há 33 anos!
Posto de véspera nos correios, o "Jornal de Viseu", com 39 anos de existência, chegou aos seus Leitores, pontualmente, na quarta-feira de 24 de Abril de 1974.
Mal sabiam os seus responsáveis (mal sabíamos todos, afinal!), que seria esta a sua derradeira edição!...
No dia seguinte, 25 de Abril, a "revolução dos cravos" acabaria com aquele que era, seguramente, o jornal mais lido da região de Viseu.
O "Jornal de Viseu" era propriedade da Comissão Distrital da Acção Nacional Popular (CDANP), saía duas vezes por semana e cada exemplar custava 1$50, com assinatura anual de 100 escudos (50 cêntimos por ano, calculem!!!).
Era composto e impresso naquela que ainda hoje é uma das mais conceituadas Tipografias da região, a "Éden Gráfico, Ldª", e tinha a Redacção e Administração na Av. 28 de Maio, 39, hoje Ave. Alberto Sampaio, muito perto do edifício do Governo Civil.
O bisssemanário "Jornal de Viseu" tinha, como Director/Editor, Armando Santos Pereira e como Administrador/Chefe de Redacção o prof. Reinaldo Cardoso Correia de Almeida.
Saía às 4ªs feiras e tinha normalmente 8 páginas. O seu último número, a 24 de Abril, como já referi, foi o nº 2.671.
Na altura, era Governador Civil o engº Armínio de Lemos Quintela e o dr. Albano Vaz Pinto Alves era o "big boss" da Acção Nacional Popular no distrito.
Nos dias seguintes à "revolução", a confusão no seio dos responsáveis daquele jornal foi tremenda, chegando a temer pela própria vida.
Pouco depois, de modo pacífico (como, aliás, aconteceu em todas as situações), militares do RIV apossaram-se das instalações e do espólio do "Jornal de Viseu", sendo que, ainda hoje, não há quem preste contas dessa ridícula situação. Quer dizer: ninguém sabe onde páram os "despojos de guerra" do assalto às instalações do jornal.
E a propósito deste assalto, como de outros semelhantes, pós-25 de Abril, importa recordar que, vistas as coisas à distância, não teve qualquer razão de ser e só se explica hoje pelo desmesurado ódio de uns quantos pseudo-revolucionários que até são capazes de estar instalados em partidos da direita fascista, ao contrário de alguns fascistas de então que hoje se arrogam de esquerdistas.
A vida (a de alguns, pelo menos!) dá muita volta!...
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