Escrevi um 'post' a prometer que falaria aqui do Fernando Pessoa (1888 - 1935) .
Normalmente, a minha ideia é a de que "o prometido é de vidro", como diz o adágio ou lá o que é, o que deve querer dizer que parte com facilidade. Logo, acho bem não cumprir nunca o que prometo.
As pessoas, na sua maioria, têm o péssimo hábito de confundir a palavra "prometer" com a palavra "fazer". Ora, qualquer um, mesmo os menos avisados, saberão perfeitamente que uma coisa é prometer e outra coisa é fazer!...
Nisto de confusões, Deus me livre!, anda o mundo cheiínho e deve ser por causa disso que as guerras estoiram em todo o planeta.
Há que fluir e há que respeitar os parâmetros.
Uma coisa é a obra-prima do Mestre e outra é a prima do mestre-de-obras!
Uma coisa é um preto ao colo e outra é o protocolo!
Por amor de Deus!...
Mas pronto! tudo bem! esqueçam!
O Fernando Pessoa - e era disso que eu queria falar quando comecei a escrever o tal 'post' do dia... (sei lá o dia?!) - foi assim um tipo bestial e não sei se vale a pena dizer mais alguma coisa. Nem sequer sei se ainda continuam a dá-lo na escola!...
Era, acima de tudo, um gajo simples:
«Nunca digas a ninguém que sou poeta. Quanto muito, faço versos.»
A propósito, então, das calcinhas que eu ofereci à minha amiga (eu sabia que havia qualquer coisa relacionada!!!! eureka!!!), são de Ofélia Queirós, a sua amada, estas palavrinhas:
"Um dia mandou-me um bilhetinho assim: 'O meu amor é pequenino, tem calcinhas cor-de-rosa'. Eu li aquilo e fiquei indignada. Quando saímos, disse-lhe zangada: 'Ó Fernando, como é que você sabe que eu tenho calcinhas cor-de-rosa ou não, você nunca viu...' (tanto nos tratávamos por tu como por você). E ele respondeu-me assim a rir: 'Não te zangues, Bebé, é que todas as bebés pequeninas têm calcinhas cor-de-rosa...' .
(...)
"O Fernando, principalmente quando se encontrava abatido, não acreditava que eu pudesse gostar dele:
'Se não podes gostar de mim a valer, finge, mas finge tão bem que eu não perceba.'
Ou, então como nesta quadra:
O meu amor já não me quer
Já me esquece e me desama
Tão pouco tempo a mulher
Leva a prova que não ama
Um dia, ao passarmos na calçada da Estrela, disse-me : 'O teu amor por mim é tão grande, como aquela árvore.'
Eu fingi que não percebi.
'Mas não está ali árvore nenhuma...'
'Por isso mesmo' - respondeu-me ele.
Outra vez disse-me:
'Chega a ser uma caridade cristã tu gostares de mim. És tão nova e engraçadinha, e eu tão velho e tão feio'."
Se gostaram, aproveitem para o (re)descobrir. Era um poeta. Um grande poeta. Mas não digam isso a ninguém! Digam só que era um gajo que fazia versos...
12 comentários:
obrigada pela visita à minha arca! Adorei o poema de Fernando Pessoa, já o conhecia, é sempre bom reler Pessoa... Já agora, porque escolheste aquele poema para deixar na arca?
quando ao teu blog...sim senhor, que criatividade!! Gostei da forma como te expressas. Resumiste muito bem e de forma criativa e sintética Fernnando Pessoa.
beijos esvoaçantes...voltarei
Mystic
Olá!
Vi o poema que deixaste( o amor da sua vida) no blog da Claudinha . POr isso vim visitar-te. Copiei o poema e , em breve , publicarei-o.
Parabéns pelo espaço.
Voltarei mais vezes.
Adorei o post! Sim...pessoa fez versos lindos. Ah...a calcinha e show, quero uma igual...hehehe
Bjs meus
A culpa e da feniletilamina! JURO!
http://drang.wordpress.com/2006/03/26/paix%EF%BF%BDo-com-data-de-validade/
Sê feliz e vai à merda
Adorei o livro da Vera Martins
Aqueles que me têm muito amor
Não sabem o que sinto e o que sou...
Não sabem que passou, um dia, a Dor
À minha porta e, nesse dia, entrou.
E é desde então que eu sinto este pavor,
Este frio que anda em mim, e que gelou
O que de bom me deu Nosso Senhor!
Se eu nem sei por onde ando e onde vou!!
Sinto os passos de Dor, essa cadência
Que é já tortura infinda, que é demência!
Que é já vontade doida de gritar!
E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio,
A mesma angústia funda, sem remédio,
Andando atrás de mim, sem me largar!
Florbela Espanca
O poeta pede a seu amor que lhe escreva
Amor de minhas entranhas, morte viva,
em vão espero tua palavra escrita
e penso, com a flor que se murcha,
que se vivo sem mim quero perder-te.
O ar é imortal. A pedra inerte
nem conhece a sombra nem a evita.
Coração interior não necessita
o mel gelado que a lua verte.
Porém eu te sofri. Rasguei-me as veias,
tigre e pomba, sobre tua cintura
em duelo de mordiscos e açucenas.
Enche, pois, de palavras minha loucura
ou deixa-me viver em minha serena
noite da alma para sempre escura.
Garcia Lorca
Arte de Amar
Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
Manuel Bandeira
Um beijo
Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!
Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.
Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?
Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....
Olavo Bilac
É sempre bom preservar os nossos poetas, além de que, infelizmente, os jovens de hoje quase nem os conhecem ou não conhecem mesmo. Continua. Jocas
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ó minha menina!... inda bem k gostaste!... mas, olha, não te eskeças de o devolver!...
hoje já é axim pó tardito, mas mañana prometo comentar os lindos poemas que me aki deixaste!...
fiko feliz por saber k voltaste à poesia!...
xi-coração
herc
X PLUS
ó fofa! inda voltei pa te dixer mais uma koixita!... hi hi hi
cientistas reputados vieram ainda há muito pouko tempo desresponsabilizar os gajos e as gajas que têm o chamado síndroma do "namorado/a errado" - e que por causa dele passam a vida a apaixonarem-se por quem lhes faz a "vida negra" diariamente
ora, como julgam que existe ali amor pelo meio (devido à errada informação debitada e processada pelos seus cérebros) lutam com todas as forças para manter essas relações condenadas!
os estudos que se estão ainda a desenvolver, têm também por objectivo explicar o porquê de tantos homicídios praticados por eles e por elas em nome do "AMOR" (tanta porrada que eles dão nos cornos às gajas e elas a perdoarem sempre as idas às Urgências hospitalares!)
pexoalmente spr axei k devia haver alguma koixa errada, mas... experimenta ir dixer ixo a alguém k pense k enkontrou o grande amor da vida dela!...
olha, nem na prisão eles/elas te darão razão!...
conheço gente que está presa por matar e/ou fazer mal aos parceiros e mesmo assim continua a dixer que, em saindo, "ou é minha ou mato-a/o e não é de mais ninguém"!...
ora, isto tem de ser doença, não axas?????
xi (de novo)
...e devolve-me o livro, pk tenho aki outro pa ti ("manual de civilidade pa meninas")- vais-te cagar a rir!!!
herc
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